tag:blogger.com,1999:blog-2804726869192189131.post7417032893066161985..comments2010-12-19T18:08:15.309-03:00Comments on ClimaGaia - Ciências do Clima da Terra: Energia Nuclear: Um Retorno?ClimaGaiahttp://www.blogger.com/profile/03905141029057899688noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-2804726869192189131.post-49481282397866792432007-03-05T08:41:00.000-03:002007-03-05T08:41:00.000-03:00Lovelock: Energia nuclear é alternativa para o aqu...Lovelock: Energia nuclear é alternativa para o aquecimento<BR/><BR/>A atitude do Irã de remover os lacres do centro de pesquisas nucleares deixou o mundo em alerta. Mas, além potencialidades bélicas do enriquecimento de urânio, a energia nuclear tem se destacado também por ser uma das alternativas viáveis no combate ao aquecimento global.<BR/><BR/>Para o cientista britânico, James Lovelock, autor da teoria de Gaia (pela qual a Terra seria um sistema auto-regulador que trabalha para manter o equilíbrio e a vida no planeta), as mudanças climáticas já seriam irreversíveis: “Não podemos reverter o aquecimento global. Mesmo a interrupção de todas as emissões de CO2 não impediria a Terra de se tornar aquecida pela maior parte do século”, afirma.<BR/><BR/>Ele defende que a energia nuclear é mais segura das fontes enérgicas para se impedir o avanço do efeito estufa. “Ela está disponível, é a mais segura de todas as fontes de energia, deixa o menor rastro e tem suprimento de combustível para milhares de anos.”, avalia.<BR/><BR/>O cientista concorda que diferentes países terão soluções distintas para o problema, mas acredita que, no momento, usar energia nuclear é a saída mais acessível e realista para o aquecimento global. “Estados Unidos, China e Europa precisam cortar imediatamente 60% do combustível fóssil queimado para não termos conseqüências desastrosas”, adverte.<BR/><BR/>Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a temperatura no planeta aumentará em média 3,5 graus até 2100. O cientista compara esses números com os da última era do gelo, que terminou há 12 mil anos e apresentou temperatura média de 3,5 graus menos que em 1900. “A mudança até 2100 será comparável àquela entre a era do gelo e 1900. A floresta amazônica não existia naquele tempo. E ela pode também não existir no fim deste século”.<BR/><BR/>A aceitação e os investimentos em energia nuclear têm aumentado em muitos países, principalmente na Ásia, que nunca se voltou contra ela da maneira como o Ocidente. A China possui nove reatores nucleares e pretende ter outros 30. Nova capacidade está sendo criada ou considerada na Índia, Japão, Taiwan e Coréia do Sul. A Rússia também está construindo várias usinas.<BR/><BR/>Os cientistas também estão dando apoio. Sir David King, principal cientista de Tony Blair, recentemente afirmou que uma nova geração de usinas nucleares é necessária (pelo menos no Reino Unido), para se ganhar tempo e manter em baixa as emissões de CO2, enquanto novas tecnologias não-nucleares e não emissoras de carbono são desenvolvidas.<BR/><BR/>A adoção da energia nuclear como uma alternativa viável para se reduzir o ritmo das mudanças climáticas tem sido defendida até por alguns ambientalistas, que a consideram a melhor maneira de reduzir as emissões de carbono.<BR/><BR/>Nos Estados Unidos, mesmo com hostilidade da administração Bush a ações para a redução do aquecimento global, existe uma tendência para se dar um maior ímpeto à energia nuclear.<BR/><BR/>Isso tem levado alguns “verdes” a adotarem uma postura de que é melhor uma revitalização nuclear do que não se fazer nada em relação às mudanças climáticas. Líderes de organizações ambientais respeitadas, como a Enviromental Defence e o World Resources Institute, emitiram sinais favoráveis à energia nuclear como parte de uma resposta ao aquecimento global.<BR/><BR/>Controvérsias - Grande parte dos ambientalistas, no entanto, ainda são completamente contrários ao desenvolvimento nuclear, defendendo investimentos em fontes de energias limpas, consideradas mais seguras.<BR/><BR/>Os opositores preferem apostar no uso de energias renováveis, como solar, biomassa, eólica, energia das ondas, entre outras. Também indicam o seqüestro de carbono, com o gás sendo armazenado em cavernas, em poços exauridos de petróleo ou no oceano como alternativas ao aumento da geração nuclear na luta contra o efeito estufa e para satisfazer as necessidades energéticas do mundo.<BR/><BR/>Lovelock admite que seria ótimo contar somente com as fontes alternativas de energia, mas diz que elas não satisfazem as necessidades. “Se houvesse 1 bilhão de pessoas no mundo, bastaria usar as energias solar, eólica, hidrelétrica e uma quantidade modesta vinda da queima de madeira. Mas já somos mais de 6 bilhões e a população continua aumentando”.<BR/><BR/>Entretanto, o cientista diz que vale a pena buscar a energia renovável e que ela dever ser utilizada, mas que ela só é capaz de suprir uma pequena proporção das necessidades energéticas do planeta. “Não temos tempo de desenvolver as fontes de energia renováveis suficientemente para substituir a queima de combustíveis fósseis”.<BR/><BR/>Para ele, a necessidade de energia nuclear deve ser considerada como uma terapia: necessária para curar o excesso de emissões de gases do efeito estufa, mesmo sem ser a solução ideal, pois pode levar a um mundo melhor onde ela não seja mais necessária.<BR/><BR/>“Se houvesse uma aceitação global da energia nuclear como nossa fonte principal de energia e se ela fosse suplementada pelo seqüestro de carbono e pelas energias renováveis, nós talvez tivéssemos uma chance de manter nossa civilização atual.”<BR/><BR/>Lixo atômico - Apesar de todas as vantagens que pode apresentar na luta contra o aquecimento global, a energia nuclear continua gerando incertezas principalmente quanto ao armazenamento dos resíduos radioativos, segurança dos reatores e disponibilidade de urânio no futuro próximo.<BR/><BR/>“Os geradores nucleares deixam 95% da energia fissionável no material combustível”, disse o porta-voz da organização ambientalista francesa Sortir du Nucléaire, Stéphane Lhomme.<BR/><BR/>“Esta enorme quantidade de lixo permanecerá radioativo por milhares de anos, representam um risco incalculável para a saúde e o meio ambiente, e ninguém ainda encontrou um lugar apropriado e uma forma segura de se desfazer dele”, disse Lhomme.<BR/><BR/>Já para Lovelock, isso não pode ser considerado um grande problema. Ele dá como exemplo o volume de lixo atômico de alto nível produzido pelas usinas nucleares do Reino Unido, em 50 anos de atividade, que equivale a 10 metros cúbicos. “É tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa”.<BR/><BR/>(Sabrina Domingos/ CarbonoBrasil)Anonymousnoreply@blogger.com