As emissões mundiais de dióxido de carbono, gás que provoca o efeito estufa, cresceram três vezes mais rápido após 2000 do que na década de 90, colocando-as no topo de uma faixa de previsões feitas pelo IPCC. Ao mesmo tempo, a tendência no sentido de reduzir a "intensidade energética terrestre" (a proporção de energia necessária para produzir uma unidade de Produto Interno Bruto, PB) parece ter estancado, ou mesmo revertido, nos últimos anos. "Este estudo diz qual é nosso desafio, e como precisam ser sérios nossos esforços", disse Chris Field, autor do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Field, do Departamento de Ecologia Mundial da Carnegie Institution, em Stanford, Califórnia, disse que o estudo descobriu que, entre 2000 e 2004, as emissões mundiais de dióxido de carbono cresceram 3,1% ao ano, ou cerca de três vezes mais rápido que a taxa de 1,1% registrada na década de 1990. A aceleração se deve ao aumento da quantidade de carbono necessária para produzir a energia que as pessoas utilizam, além da estagnação da eficiência energética. Outros fatores são o crescimento da população mundial e do PIB per capita, segundo o estudo. Field ressaltou o consenso cientifico em torno do fato de que as emissões de carbono contribuem para a mudança climática global. Grande parte da aceleração nas emissões de dióxido de carbono vem da China, onde a economia em rápido crescimento é alimentada em larga medida por energia obtida da queima de carvão.
O mundo em desenvolvimento foi responsável por 73% do crescimento das emissões mundiais em 2004 e abriga cerca de 80% da população mundial, diz o estudo. Em contraste, os países mais ricos contribuíram com cerca de 60% das emissões totais em 2004 e são os responsáveis por 77% das emissões acumuladas desde o início da Revolução Industrial. A pesquisa revelou que, desde 2000, as emissões globais cresceram mais rápido do que na maioria dos piores cenários imaginados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Fonte: Deborah Zabarenko, Reuters (Valor On-line)
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