A prevenção do desflorestamento e a promoção do reflorestamento são freqüentemente citadas como estratégias para desacelerar o aquecimento global. Na edição de 9 de abril da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, G. Bala e colaboradores, da Lawrence Livermore National Laboratory, da Carnegie Institution e da Universidade de Montpellier II, mostram que as coisas são um pouco mais complicadas. Desflorestamento libera dióxido de carbono para a atmosfera, o que tende a aquecer o clima da terra. Entretanto, efeitos biofísicos do desflorestamento, o que inclui mudanças no albedo superficial, evotranspiração, e cobertura de nuvens também afetam o clima.
Para verificar o efeito líquido de todos estes efeitos combinados, os pesquisadores analisaram os resultados de vários experimentos de desflorestamento em grande escala, realizados em conjunto com simulações tridimensionais de modelos acoplados do ciclo de carbono e do clima. Estes modelos representavam as interações físicas e biogeoquímicas entre continentes, atmosfera e oceanos. Paradoxalmente, os resultados mostraram que desflorestamento em escala global tem um efeito líquido de resfriamento no clima da terra, devido a mudanças no albedo e na evotranspiração. Experimentos de desflorestamento em diferentes latitudes mostraram que projetos de reflorestamento nos trópicos seriam claramente benéficos para mitigar o aquecimento global; no entanto, estes seriam contraprodutivos se implementados em altas latitudes, e ofereceriam ganhos apenas marginais se realizados em regiões temperadas.
Apesar destes resultados questionarem a eficácia de projetos de reflorestamento em regiões de latitude média ou alta, os autores alertam que as florestas, mesmo fora dos trópicos, ainda permanecem fontes de recursos ambientalmente valiosos, não necessariamente relacionados ao clima.
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