sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Corpo Editorial do WSJ: Cabeça Ainda Enterrada na Areia

Enquanto o resto do mundo tem aceito a conclusão do último relatório do IPCC, uma pequena cidade ainda permanece contra a maré – o corpo editorial do Wall Street Journal. Isso contrasta nitidamente com a seção de notícias do jornal que é muito boa. Eles publicaram uma matéria sobre as respostas dos mercados para as questões de aquecimento global que não apenas apontava que os mercados estão cada vez mais interessados na redução de carbono, mas o artigo de certo modo tomava como certo que o problema é real. No entanto, como já apontamos anteriormente, as páginas do editorial operam em um universo próprio.

Isso não seria muito preocupante se o WSJ não fosse um jornal influente nos Estados Unidos. Contudo, a extensão de seu isolamento sobre essas questões é evidente pela divertida confiança que tem o propenso Christopher Monckton. Eles o citam dizendo que as previsões de aumento do nível do mar foram muito menores que aquelas do IPCC TAR (não eram), que a contribuição humana para as recentes mudanças foram ‘cortadas em um terço’ (não foram), e que o Sumário para Tomadores de Decisão (SPM) foi escrito por políticos (não foi, a dica está no seu próprio nome).

Ainda mais errado é a declaração de que “no futuro relatório falta qualquer referência à famosa curva ‘taco de róquei’. Não somente as três reconstruções originais dos 'tacos de róquei' do relatório IPCC (2001) são mostrados no capítulo (rascunho) de paleoclima do novo relatório, mas estas são agora fundidas com mais outras nove reconstruções. Essa é a razão para que o SPM venha com uma conclusão ainda mais contundente de que o recente aquecimento de larga escala é provavelmente anômalo no contexto de no mínimo 1300 anos atrás, e não somente nos últimos 1000 anos.

Assim, em qualquer índice de erro, este editorial do WSJ pontua muito alto. O que nos deixa intrigados é porque seus leitores, os quais presumidamente querem saber sobre as questões que podem afetar suas próprias bases, toleram um negacionismo tão fraco. Enquanto nos deleitamos em apontar seus óbvios absurdos, seus leitores deveriam provavelmente estar melhor servidos se o WSJ aceitasse o desafio de Jeffery Sachs. Se eles não podem ser confiáveis mesmo nos fatos mais básicos sobre essa questão, qual a razão para se acreditar seriamente em quaisquer de suas outras opiniões?

(fonte: realclimate)

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sou um especialista no assunto mas achei o blog muito interessante. É bom saber que há pessoas que se interessam pelo assunto aqui abordado. Precisamos conscientizar a população a respeito das consequências do aquecimento global e cobrar das autoridades competentes uma solução do problema.