segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Editorial Science: Energia e Sustentabilidade

A divulgação do último relatório do IPCC (conhecido como AR4; ver post anterior), repercutiu fortemente nas edições das revistas Nature e Science da semana passada. Ao longo das próximas semanas vamos comentar neste blog os artigos mais interessantes para o público brasileiro.

Em particular, a Science consagrou boa parte de sua última edição ao tema: Sustentabilidade e Energia. Para começar, reproduzimos a seguir alguns trechos do editorial que acompanha esta edição especial. Há poucas dúvidas que a "maré" está mudando nos EUA, e que a questão da Sustentabilidade veio para ficar.

"O bem-estar tem dimensões ambientais, sociopolíticas e culturais além de econômicas. A meta de um bem-estar sustentável requer a melhoria de todas estas dimensões em modos e com fins que sejam consistentes com a manutenção indefinida deste progresso. Este desafio inclui não somente melhorar a sustentabilidade do padrão de vida nos países em desenvolvimento, mas também converter para uma base sustentável, as práticas atualmente insustentáveis que mantém o padrão de vida nos países industrializados.
(…)
Os perigos da dependência do petróleo e das mudanças climáticas, juntos com a demanda por grandes aumentos na disponibilidade per capita de energia, [nos] compelem a uma transição imediata para um caminho diferente. As exigências desta transição incluem uma redução no crescimento da população global (realizável, felizmente, por meios que são por si só desejáveis) e uma grande ênfase na melhoria da eficiência na conversão e no uso final da energia (apontando para um crescimento na eficiência energética da economia mundial não de 1% ao ano, mas antes de 2% ao ano ou mais). É também necessário um forte aumento nos investimentos públicos e privados para melhorar as tecnologias de geração de energia. Nós precisamos saber se e como o gás carbônico produzido pelo uso de combustíveis fósseis pode ser seqüestrado da atmosfera e estocado com segurança e baixo custo; se e como a energia nuclear pode tornar-se segura o bastante e à prova de proliferação [de armas atômicas] para que possa ser largamente expandida em escala mundial; e até que ponto a produção de biocombustíveis pode ser aumentada sem impactos intoleráveis na provisão de comida ou nos serviços de ecossistemas. (...)"

(fonte: realclimate)

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