terça-feira, 13 de março de 2007

Brasil deve estudar como reduzir emissão de metano pelo gado

O presidente do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (IGBP), Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse hoje (11) que o governo brasileiro ainda não encontrou a fórmula para livrar o país dos efeitos negativos da agricultura na emissão de gás metano. Nobre participou da abertura do 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, promovido no Rio de Janeiro, pelo Inpe e a Academia Brasileira de Ciências.

Considerado um dos mais perigosos gases poluentes da atmosfera, o metano é emitido pelo rebanho brasileiro, que é um dos maiores do mundo. Segundo informou Nobre, o Brasil tem “o maior rebanho do mundo e a maior emissão de metano vem da agricultura, dos rebanhos”. Ele destacou que cada molécula de metano, potencialmente, tem um efeito estufa maior. “Só que o metano existe na atmosfera em quantidades muito menores que o gás carbônico. Hoje, a quantidade de metano na atmosfera é umas 250 vezes menor que o gás carbônico. Então, o efeito de todo o metano na atmosfera para aquecer o planeta é mais ou menos um quarto do gás carbônico. Isso tem que ser levado em conta. O gás carbônico é o principal gás de efeito estufa globalmente”, explicou.

Esse fato, segundo o pesquisador, não anula a urgência de se reduzir as fontes de metano. Ele informou que o Brasil tem inúmeros projetos para evitar que o metano gerado pelo lixo chegue à atmosfera. Salientou, porém, que a fonte principal desse gás não são os lixões. “No caso do Brasil, são os bois. E aí a questão é muito mais complexa. A ciência precisa avançar muito para entender melhor essas emissões dos bovinos”.

Fonte: Visão Pecuária

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