Em meio ao frenesi midiático causado pelo acordo sobre biocombustíveis assinado entre o Brasil e os EUA, o respeitado colunista Washington Novaes, em sua coluna de 09/03/2007 no Estadão, lança uma advertência:
"É preciso cuidado para não transformar solução em problema. Segundo a Friends of the Earth, 87% do desmatamento de florestas tropicais na Malásia entre 1985 e 2000 se deveu à implantação de culturas de palmas para produção de biodiesel. Estudos preliminares do WWF Brasil sobre as culturas de cana-de-açúcar chamam a atenção para os níveis de erosão, contaminação dos solos por fertilizantes e pesticidas, perda de matas ciliares, poluição do ar por queimadas. Outros estudos lembram a necessidade de retomar a avaliação dos efeitos dos aldeídos liberados na queima, que costumam provocar chuva ácida. Outros ainda advertem para a necessidade de evitar que nessa nova expansão da cana se repitam problemas gerados com a implantação do Proálcool, na década de 1970, no Estado de São Paulo (expulsão das culturas de alimentos, encarecimento dos produtos alimentares, desemprego). Problemas semelhantes já estariam ocorrendo agora, também em regiões de Minas Gerais.
É fundamental rever nossas posturas. A China acaba de decidir baixar suas taxas de crescimento econômico também para reduzir danos ambientais. Mudanças climáticas já estão acontecendo e não se pode correr o risco de agravá-las por falta de responsabilidade. Desprezando inclusive a vantagem estratégica - que será cada vez mais importante - de ter um patrimônio único no mundo de recursos e serviços naturais, exatamente o fator escasso no planeta. E comprometendo o futuro das novas gerações."
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Um comentário:
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